segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Na corrupção eleitoral, os políticos cedem lugar a outros “financiadores”         Eles ficaram amedrontados. Ficha Limpa. Ficha Suja. Processo do Mensalão.  Velhos políticos, calejados na prática de compra de voto e em todos os tipos de práticas para corromper o processo eleitoral, ficaram “temerosos”, mas usaram outras “alavancas”. Pelas suas mãos, dos políticos, o dinheiro não chegou.  Veio pelos que se dizem empresários, interessados nas futuras licitações,  em receber privilégios e concessões  dos governos  estadual e federal, com a proteção dessas “lideranças” políticas, que passam rapidamente nas cidades, fazem discursos inflamados, em favor dos seus protegidos, prometendo mundos e fundos... Lá por Janduis, andou o ministro-senador Garabildi, usando o nome da presidente Dilma, prometendo abrir as portas do governo federal  para sua candidata-protegida.  Dilma é do PT, a cujo governo serve. Apoiou  o senador-ministro a candidata do PSDB e centrou fogo contra a administração petista. Não foi diferente o seu primo Henrique Alves, nem o filhote daquele, Walter Alves.
     O fato é que, não só em Janduís, o processo eleitoral foi vergonhosamente destroçado. Dinheiro não faltou para a compra de votos. E uma boa parte do eleitorado fraquejou e se deixou corromper. Tudo era feito escancaradamente. Em Janduís, a candidata adversária (e que levou a “melhor”) , fazia suas “visitas” aos eleitores, a qualquer hora do dia ou da noite, com forte proteção policial, soldados com armas de grosso calibre! Amedrontar quem? Proteger quem?
       O poder da compra do eleitor foi tão devastador, que este cegou e queria apenas pegar “alguma”coisa para si. Fizemos um levantamente. De 28 pessoas da zona rural que iam receber casa , dentro do programa “Minha Casa, Minha Vida”,  no valor de 25 mil, 19 mudaram seu voto;  pequenos agricultores  mudaram seus votos em troca de algumas horas de trator para limpar seus “barreiros”(pequenos açudes) . Um dia antes da eleição, sentimos, ao visitar os nossos eleitores, o quanto havia sido envenenado: “Estava esperando a visita do senhor – dizia o eleitor que antes era “puro”- pois a outra candidata fez uma proposta  e eu quero ouvir o que o senhor tem a me oferecer”.
      Diante desse descalabro nas últimas eleições, é de se esperar que a Justiça Eleitoral adote uma posição e uma nova postura diante das “inovações”, introduzidas  pelos “novos atores” da cena política, nos médios e pequenos municípios , pois, senão, o retrocesso no processo de aperfeiçoamento da escolha dos nossos dirigentes será perversamente catastrófico.  

terça-feira, 23 de outubro de 2012

Prevalência da Corrupção Eleitoral nas Eleições Municipais


Confesso que nunca vi coisa igual. O que esperávamos ser uma demonstração de desenvolvimento do processo de escolha dos novos dirigentes municipais, nas últimas eleições, resultou ser uma evidência revoltante do derrame de dinheiro criminoso para a compra de votos e fraude do resultado da vontade soberana do eleitorado.

Vergonhoso e revoltante foi presenciar os compradores de votos, com pacotes de dinheiro, circulando pelas ruas da cidade, entrando em casas a toda hora, sob a proteção de policiais militares fortemente armados, enquanto a Justiça Eleitoral dava uma demonstração de inoperância para coibir os abusos e crimes cometidos a olhos nus.


Cabos eleitorais , traficantes e criminosos se uniam , na zona rural, impedindo que os nossos correligionários circulassem em vigília para  evitar  a compra de votos.  No dia das eleições, populares que protestavam, nas ruas, contra a parcialidade , violência policial e inoperância da justiça eleitoral, foram reprimidos , recebendo spray de pimenta nos olhos.

Os adversários, que 3 dias antes do pleito, viam, em desespero que iam perder, sentindo que não seriam reprimidos  por quem de direito, lançaram o seu trunfo de manga, criminoso e corruptor. Foram 3 dias de muito dinheiro que vinha de Assu, Caraubas e Mossoró.  Com tanto dinheiro pra comprar votos, não faltou eleitor pra vender o seu...


O fato concreto é que, do mesmo modo que aconteceu em Janduis, foi operado em quase todos os municípios de médio e pequeno portes: empresários corruptos, muitos protegidos por carcomidos políticos, se associaram a traficantes e criminosos comuns, compraram voto até por mil e quinhentos reais, distribuíram material de construção, construíram barreiros, pagaram contas de água e luz, empréstimos bancários, bloquearam as forças democráticas, desmoralizaram as instituições , as autoridades e as famílias, pintaram e bordaram. Não queriam a vitória, queriam derrotar a vida democrática da cidade, o trabalho honesto e promissor. Deturparam a consciência de eleitores, comprometeram as perspectivas de um desenvolvimento  sustentável da comunidade.

Aos patéticos vencedores, candidatos de araque, resta a conta enorme que tem a pagar aos seus “patrocinadores”.  O será que vamos acreditar que, quem “arranjou” milhares e milhares de reais pra corromper o eleitor, não vai querer reembolsar esse dinheiro sujo e criminoso?  De onde vão tirar essa dinheirama? Das licitações a serem fraudadas, dos convênios ,  dos salários dos funcionários que receberão atrasados,  dos fornecedores... E que Deus proteja as pobres e já falidas prefeituras municipais, cujos futuros prefeitos foram eleitos por este esquema fatal!