domingo, 20 de novembro de 2011


 Eu...
 Já não sou um jovem revoltado e infeliz...Sou um velho que tenho a sabedoria de viver aos 63 anos e sentir, nos meus afazeres diários, o vigor e a exuberância de quem soube preservar a juventude do espírito, sempre fortalecido pela energia do amor...

    Sonhei os sonhos de criança e do jovem e, na maturidade, avaliei: fui além dos meus sonhos. Deus me deu muito mais do que precisava, deu-me em abundancia para compartilhar com o próximo!

   Deu-me uma inteligência privilegiada para assimilar o bem e isolar e destruir o mal... Deu-me determinação e força para nunca parar, nem desistir;  deu-me o dom de fortalecer o fraco e dar esperança aos que perderam a fé; deu-me a sabedoria do líder e  a capacidade de ser humilde; ensinou-me a arte de sentir o inimigo, perceber a sua soberba e ambição e deu-me a espada afiada que separa cabeça do corpo!

     Soube repreender o ódio e esvaziar o meu coração da angustia daqueles que padecem pela inveja e cobiça, libertando-me para a prática  do amor pleno, que não nos magoa, nem nos faz sofrer! Portanto, ando pela terra, flutuando no mundo das nuvens para melhor contemplar a beleza e singeleza do belo, envernizado com a cor vermelha libertária do amor!

      Levou-me, em mãos seguras, em linhas retas e bem traçadas, à Rússia de Tolstoi, de Dostoievski, de Puchkin, de Maiakovski, de Tchaikovsky, de Gagarin, de Lênin, de Nina (a mulher que me encantou e, depois, desencantou-se, subindo para Sua Dimensão!), dos filhos Vassili e Andrei, que tem em suas veias e artérias o sangue fundido russo-nordestino...

    Trouxe-me de volta, do frio para o calor, com um diploma de médico nas mãos e uma belíssima família russo-brasileira, onde se sobressaia a coragem , a determinação, a inteligência de uma mulher, que, por amor ao seu marido, se fez sertaneja, abraçou as suas causas e princípios, deixou-se consumir, fiel ao amor e que, na morte, preferiu ser coberta pelo manto da terra janduiense.

    Golpeado de morte ou pela morte, cambaleei e sentir o mundo desmoronar aos meus pés! Mas não demorou muito a minha prostração! Uma leveza me elevava em espírito! Uma força mágica tirava a fraqueza do meu corpo e da minha alma... Comecei a perceber que tinha uma nova alavanca para acelerar a velocidade que começava a desenvolver.

    Anjos em forma de Humanos apareciam. Sorrisos de amor faziam a nova animação do espírito e do corpo. Reconstituiu-me aquela que, vencendo preconceitos, invejas e calúnias, me renovou no amor e na lealdade, próprios daqueles que sabem doar-se...

    E hoje, estou aqui! Cheio de esperança, sonhando com minha gente e com os que me amam! Sentindo-me como aquele adolescente , que, amando e vendo as coisas acontecerem por obra e graças suas, vai para a praça verde, masca chiclete e pula numa perna só, como se mangando estivesse dos fúteis e prepotentes, como se quisesse dizer: besteira, viver é tão simples!       

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